RDF – Um pouco sobre caça à raposa

O Radio amadorismo não é apenas um “hobby”, mas sim, uma coleção de vários “Hobbes”. Nos radioamadores nos experimentamos, comunicamos, construímos, testamos e prestamos, quando necessário, serviço público. Fazemos DX em HF,VHF, UHF, em vários modos como SSTV, ATV, AM, SSB, FM, CW, EME… Mas também praticamos o FOX HUNT, seja como diversão ou como treinamento técnico. Este aspecto do radioamadorismo não e novo, mas tem sido ignorado pelas publicações referentes ao radioamadorismo e por nossa comodidade.

Recentemente há uma tendência ao interesse na radio direção por parte dos radioamadores, motivada por problemas em repetidoras e interferências maliciosas em certas áreas. A identificação da origem de sinais interferentes em repetidoras e em qso´s simplex é uma importante área para o uso das técnicas de RDF, mas há muito que o radio amador deve conhecer.

As técnicas RDF utilizadas por radioamadores são as mesmas utilizadas por grupos de busca e salvamento para ajudar a salvar vidas. A Patrulha Aérea Civil, a Guarda Costeira Auxiliar dos Estados Unidos e grupos similares de voluntários são bem aceitos como suporte complementar nestes valiosos trabalhos. Existe muita mais que sair por aí à caça de transmissores com uma antena engraçada ou estranha. É uma oportunidade para aplicação de técnicas e de construção de equipamentos em equipe, e um bocado de divertimento!

O NASCIMENTO DA RADIO DIREÇÃO

Pergunte a cinco pessoas que realmente se utilizam um sistema de RDF e provavelmente obterão cinco repostas deferentes. As maiorias das pessoas acham que os usos destes equipamentos servem apenas para localizar transmissões clandestinas. Radio amadores e Operadores da faixa do cidadão pensam que as VANs da FCC (USA) ou da ANATEL (Brasil) equipadas com equipamentos de rádio e antenas procuram por operações clandestinas. Pilotos e navegadoras sabem que no caso de dificuldades podem ser localizados em tempo, antes de problemas maiores ocorrerem, com sistemas de RDF

O INICIO DO RDF

Antenas direcionais datam de antes dos atuais dias do rádio. Hertz e Marconi as usaram antes de 1900 para concentrar a energia transmitida a 200 Mhz. Alguns dos mais antigos trabalhos registrados com o uso de antenas para localização de direção foi realizado por J. Stone em 1904 e incrementado por Bellini e Tosi.

Como se faz uma triangulação de antenas?

Para identificarmos a origem de um sinal de radio frequência, utilizamos uma técnica chamada RDF (radio direction finder), também conhecida como “triangulação de antenas”.

A técnica é bem simples, mas, no entanto, é necessário ter conhecimentos elementares em radio eletricidade e radio propagação.

Quando a frequência a ser identificada já é conhecida, o trabalho é muito mais fácil, sendo necessário apenas ir a campo fazer a triangulação para identificar a origem. Mas quando não sabemos qual é essa frequência, temos que “varrer” todo o espectro de radiofrequência com um receptor de boa seletividade e alta sensibilidade, e com a ajuda de antenas direcionais e atenuadores, encontramos o sinal, identificando assim a frequência, podendo ser ela então monitorada.

Com a identificação da faixa do espectro de radiofrequência, fica mais fácil identificar a transmissão com um receptor ou scanner, pois não haverá necessidade de perder tempo com outros segmentos.

Identificada à frequência, o próximo passo será identificar (ou comprovar) a origem da mesma. Para isso usaremos a triangulação de antenas, ou RDF.

Para esta tarefa, serão necessários alguns equipamentos:

– receptor sensível e seletivo

– Antena Yagi

– atenuadores

– bússola

– GPS (para delimitar corretamente a área)

– mapa do local (ou melhor, se possível num notebook, projeção do Google Earth )

Com o receptor alocado na frequência exata, nos dirigiremos até as proximidades do local investigado, apontando a antena Yagi, que é altamente direcional, para a fonte de origem do sinal. A identificação se dará pela escala do próprio receptor, chamada “S meter”.

Identificada à direção, passaremos a utilizar o atenuador, atenuando gradativamente o sinal, diminuindo assim sua intensidade no “S meter” do aparelho, para termos a certeza de que o sinal parte daquela direção.

Com essa direção anotada e plotada num mapa, nos descolaremos até outro ponto, repetindo os procedimentos anteriores, anotando essa nova direção no mapa.

Ao cruzarmos as duas linhas traçadas, teremos o local de onde partem os sinais de radio frequência.

Uma nova verificação deverá ser feita nas proximidades deste local, dessa vez utilizando a atenuação máxima para melhor exatidão. Com o atenuador na antena, o sinal indicado será o máximo, onde em regra será possível a identificação visual da antena.

Embora simples, a triangulação de antenas é um exercício que requer conhecimentos básicos em assuntos ligados a radio eletricidade e física, além de certos “macetes” para não se deixar enganar por sinais originados por outras fontes ou até mesmo por originados pela refração de ondas de radio frequência. Suas técnicas foram criadas por radioamadores para serem utilizadas como exercício para desenvolvimento e pesquisa em técnicas de orientação de antenas, numa brincadeira conhecida como “caça a raposa” (fox hunt).

A triangulação de antenas é muito utilizada por zoólogos, veterinários e pesquisadores para rastrear e monitorar pequenos transmissores acoplados a animais, permitindo assim sua localização. Também diversas empresas já oferecem este tipo de rastreio como dispositivo antifurto para veículos.

O procedimento de triangulação de antenas não é novo, sendo algo já utilizado na década de 1920, principalmente por militares e por navios mercantes.

Então vamos arrumar uma turma e fazer uma caça à raposa?

REFERÊNCIA: http://py1eo.net/2011/08/rdf-um-pouco-sobre-caca-a-raposa/

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1 comentário

    • luiz dias em 21 de julho de 2013 às 19:55
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    Gostaria de maiores iinformacoes sobre triangulacao de antenas. Pode me enviar email vinho049@gmail. com

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