Tinha tudo para ser um dia comum

16/09. Domingão, chuva fina, aniversário do papai aqui…

Como conciliar radioamadorismo e família num dia desses?

Dica: Faça a previsão da Radiossonda para o lançamento da manhã;

Convide a família para almoçar fora. De preferência uma moqueca em Santa Cruz;

Dê um pulinho na casa de um radioamador amigo. Castro – PP1AM.

Dê a desculpa que precisa de um presentinho a mais e vá procurar o balão da noite anterior que caiu perto da praia e acompanhar o rastro do balão desta manhã em pleno ar;

Tome chuva, ande na areia da praia entre as pedras todo arrumado, confunda garça com para-quedas, volte pro carro igual pinto molhado. De mãos abanando, mas feliz da vida.

Coma a moqueca. E faça a social. Agilize logo uma rota não segura e pouco conhecida entre Santa Cruz e Fundão.

No meio do lamaçal prove sua destreza como motorista. (isso é mole) Não se esqueça do rádio na frequência da Radiossonda para tentar ouvir algum ruído…

E pimba!!! Radiossonda escutada entre montanhas cobertas de mata e pedras. Ela estava alí. Um alí de uns 5 quilômetros de raio. Mas estava alí. Ainda transmitindo depois de 3 horas da queda. Nessa hora você pensa poderia ter ido mais municiado… Antena direcional, notebook com Sonde Monitor, Tracker APRS e Cobertura por Digipeater, Equipe de Controle de Voo e mais alguns companheiros para o resgate, com rádios Dual Band, Dual Watch e também Dual Personality (Dupla personalidade – porque só doido mesmo para entrar na mata correndo atrás de balão.)

Foi um dia feliz porque me instigou mais a fazer isso. Correr atrás de algo que eu tinha como sonho em fazer como radioamador. Poder prever, ouvir, decodificar, rastrear e resgatar um equipamento como esse, prá mim, é a realização de uma faceta de nosso hobbye que eu admiro cada vez mais.

Me sinto a cada dia que passa mais imbuído em me aprofundar nisso. Nem que seja na lama! Mas atrás de meu sonho!

Nem que se tenha de andar mais de 200 quilômetros!